Quando falamos em realidade virtual, ainda há uma percepção de que as soluções são focadas apenas em entretenimento. O ambiente virtual é, comumente, associado a videogames ou à criação de realidades paralelas para diversão. Não é à toa: o termo foi criado em 1938 pelo dramaturgo francês Antonin Artaud para se referir à ilusão criada por uma representação teatral, que idealmente deveria se confundir com a realidade. O que nos escapa é que a realidade virtual, ou VR, é aplicável aos mais diversos ambientes.
Tecnologia deixou de ser conceito futurista. Todos os mercados devem estar atentos aos novos usos dos espaços virtuais e adaptar seus modelos a usuários cada vez mais equipados
O conceito, que existe desde o começo do século passado, tem evoluído exponencialmente a cada ano. Equipamentos que antes eram inacessíveis, complicados e restritos estão mais acessíveis e compactos. É possível ter um dispositivo imersivo na sala de casa, conectado a um laptop ou videogame. Com uma experiência cada vez mais completa e sensorial, a VR abre-se a amplas possibilidades de uso, como atividades de escritório, para a educação e muitas outras.
Hoje, já é comum o treinamento de equipes militares usando realidade virtual, para desenvolver capacidades técnicas e de tomada de decisão. Lições de aviação também são ministradas por meio da simulação das condições de voo e pilotagem. Na área médica, o ambiente virtual permite desenvolver essas competências aplicadas a cirurgias.
Desenvolvedores de sistemas e programadores devem acompanhar esse movimento, preparando suas aplicações para o ambiente de realidade virtual. Fabricantes de aparelhos eletrônicos, máquinas e computadores devem se adaptar para receber a VR e, assim, permanecer em relevância no mercado. Já é possível ver essa mudança, com as maiores empresas de tecnologia lançando aparelhos com tecnologia nativa.
Podemos dizer que, em um futuro próximo, setores como o varejo poderão empregar o modelo VR na promoção de produtos e simulações de uso. Aplicada ao e-commerce, a tecnologia poderia entregar uma experiência completa e financeiramente viável ao permitir que o cliente simule o uso do produto a partir de seu próprio dispositivo. À indústria, a tecnologia permitiria a simulação de processos, permitindo aperfeiçoá-los sem gerar perdas.
Porém, para que isso se torne realidade, os setores mais tradicionais devem estar preparados para receber o novo modo de aproveitamento de tecnologias. A VR não se limita a entreter, mas pode também facilitar a vida diária e diversas etapas da cadeia econômica.
Realidade virtual deixou de ser um conceito futurista e, hoje, se mostra como o próximo passo da tecnologia. O setor não é o único interessado nesse processo: todos os nichos da economia devem estar atentos aos novos modelos de uso dos espaços virtuais e adaptar seus modelos a usuários cada vez mais equipados. É preciso entender que a mudança já está em curso e é necessário agir aqui e agora para aproveitá-la. Com o rápido desenvolvimento da realidade virtual, em breve, quem não estiver adaptado a ela poderá ficar para trás.
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*Luiz André Sakuma é gerente sênior de produtos da Lenovo Brasil
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