Existe a economia e existe o mercado. Embora seja de costume referir-se a eles como sinônimos, não significam a mesma coisa.
A economia foi transformada em ciência e é conduzida por políticas: monetária, fiscal, salarial, cambial, de crédito e de juros. Pretende manter os níveis de produção, consumo e investimentos, além de controlar a inflação e a recessão. Muitas vezes sofre interferência, nem sempre positiva, da política. Mas o mercado é maior do que a economia. Já existia, em tempos remotos, muito antes de Adam Smith transformar a economia em ciência.
O mercado, por sua vez, representa o conjunto de necessidades, anseios e desejos das pessoas. Essas demandas nunca cessam e estão prementes e latentes, em contínua transformação. O mercado possui força própria e funciona com base na lei da oferta e da procura, tão natural quanto a lei da gravidade. E assim como não é possível revogar a lei da gravidade, também não é possível revogar a lei de oferta e procura. Existem tentativas nesse sentido, por meio da ciência econômica, mas sempre vãs, pois o mercado pulsa informalmente, indiferente aos indicadores macroeconômicos tomados como base para avaliar a economia.
Não existe demanda zero. A economia, mesmo a mais recessiva, não consegue frear a procura. A economia já foi tida como a ciência que estuda a escassez. O mercado, por outro lado, é o reino da abundância, onde impera a imaginação, a criatividade e a inovação. Quem imagina, cria e inova são os agentes do mercado, não da economia.
Sempre que pensarmos em crises, devemos desconsiderar o que nos dizem os economistas e os indicadores macroeconômicos, para nos atermos às demandas e necessidades do mercado. Com atenção ao que realmente importa e campo de visão ampliado, será possível enxergar as oportunidades disponíveis no mercado, sejam explicitas ou camufladas.
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