Um relatório da Evenbase, empresa global de recrutamento, aponta que os
mercados chave para contratação de profissionais digitais nos próximos 5
a 10 anos são nessa ordem: Brasil, India, China, Estados Unidos e
Australia.
Duas perguntas que surgem desse fato são: O que caracteriza um
profissional digital? O Brasil tem disponível profissionais digitais no
volume esperado?
Sobre a primeira questão, o que diferencia o profissional digital do
turista digital (aquele que parece digital, mas não é) é que o primeiro é
muito familiar com a internet. Ele fala a linguagem da web de maneira
nativa. O turista, por sua vez, só toca a superfície dos conceitos
digitais. Quando você demanda conceitos mais elaborados, ele se perde. O
nativo digital tem habilidades analíticas e é obcecado por medir as
suas ações de marketing. Sua palavra de ordem é ROI. Para o turista
digital, medição é um elemento secundário (no melhor dos casos).
Para ele, o principal componente do marketing é o BRANDING. O nativo
digital é altamente conectado, tendo muitos assinantes no seu blog,
seguidores no Facebook, Twitter e/ou LinkedIn. O turista digital possui
uma pasta cheia de cartões de contatos. O nativo digital é um
profissional com grandes habilidades em gerar conteúdo. Ele usa os
canais digitais para difundir o conteúdo das marcas para as quais
trabalha e gerar interação com o mercado. O turista digital está mais
preocupado em conseguir verba para desenvolver ações baseadas em compra
de mídia.
A segunda questão é bem mais fácil de responder: não, o Brasil não tem
nem de perto o volume necessário para atender a demanda de profissionais
digitais do presente e do futuro próximo.
Por Ricardo Pomeranz, Global Chief Digital Officer e membro do board global do grupo Rapp Worldwide. Publicado originalmente no Administradores
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