Setor deve fechar 2013 com crescimento de 19%, ante 26% em 2012; apesar de desaceleração, resultado foi acima do esperado pela ABF
As microfranquias são uma opção para quem tem pouco dinheiro e sonha em deixar na gaveta a carteira de trabalho para tornar-se dono do próprio negócio. São franquias enxutas de até R$ 80 mil — oferecem opções com investimento inicial a partir de R$ 5.500 e retorno em até 24 meses (confira 50 oportunidades no infográfico abaixo).
Em 2012, havia 13.352 unidades de microfranquias no Brasil. Em 2011, esse número era de apenas 12.561. Apesar da expansão desse modelo de negócio no País, de acordo com Edson Ramuth, diretor de microfranquias da Associação Brasileira de Franchising (ABF), o setor deve registrar crescimento de 19% em 2013 — contra alta de 26% em 2012.
A desaceleração, segundo Ramuth, se deve à própria economia brasileira — o Produto Interno Bruto (PIB) do Brasil caiu 0,5% no terceiro trimestre, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). “O crescimento de dois dígitos é um ótimo resultado para o segmento, uma vez que será bem acima do PIB nacional”, pondera o executivo.
Para Arthur Hipólito, fundador do Grupo Zaiom, um dos maiores players do mercado de microfranquias, o diferencial do setor é que ele cresce mesmo quando a economia não vai bem. Isso porque muitos trabalhadores decidem abrir a própria empresa para alavancar a renda. “Este ano foi caracterizado pela consolidação de nossas sete marcas. Hoje, temos mais de 500 franqueados no Brasil”, contabiliza o empresário.
Também contribuiu para o crescimento das microfranquias neste ano o interesse de grandes redes, como Megamatte e Mahogany, em abrir unidades enxutas para atrair pequenos empreendedores. “Como o mercado é grande, as franquias maiores estão vendo o crescimento do setor e formatando um negócio menor para atrair a classe média”, explica Ramuth, proprietário do Grupo Multifranquias, que detém a marca Emagrecentro.
Na avaliação de Claudia Bittencourt, sócia de consultoria que leva seu sobrenome, a diversificação de formatos é vantajosa para os empreendedores, uma vez que grandes redes são mais sólidas e oferecem menos riscos ao negócio. “A franqueadora já está capitalizada e a marca provavelmente está consolidada no mercado. A chance de sucesso é bem maior.”
Isso não quer dizer que redes menores são arriscadas, contrapõe Bittencourt. O empreendedor deve fazer análise da empresa e de seus resultados. “É preciso verificar se a expectativa de ganho do negócio é coerente com a receita esperada pelo empreendedor. Quanto menor o negócio, menor o ganho”, compara Claudia.
Além disso, o franqueado deve ter em mente que, em uma microfranquia, é necessário colocar a mão na massa junto com seus funcionários. “A equipe é enxuta e o empreendedor tem que ter uma participação muito mais ativa para o negócio ir para frente.”
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