Ideias gratuitas são aquelas que
surgem facilmente quando somos confrontados a um problema, pois
sustentam-se no senso comum, no conhecimento superficial e no “achismo”.
O risco de se usar uma ideia gratuita, principalmente em soluções
empresariais, é grande: como são frutos de associações instantâneas
demais, elas podem surgir em mais de um lugar ao mesmo tempo, o que pode
causar grandes constrangimentos.
O princípio da ideia gratuita é simples: o processo criativo
sustenta-se na associação de ideias. Repare à sua volta e você verá que
toda ideia tida como criativa, aquela que saiu do plano mental e passou
para o campo real das inovações, é fruto de uma ou mais ideias matrizes
associadas.
Você usa relógio de pulso? Pois é, esse relógio é um exemplo simples
desse processo de associação, transformado em produto pela mente
efervescente de Santos Dumont.
As melhores letras de músicas, por exemplo, são aquelas que conduzem
quem as ouve pelo terreno das figuras de linguagem, da manifestação da
realidade de forma diferente daquela que a maioria usa. É o mesmo
processo, o da associação de ideias, funcionando no plano conotativo das
palavras, atribuindo sentidos a elas diferentes do seu sentido
primário, que justifica a diferença entre um choro contínuo (denotativo)
e uma chuva de lágrimas (conotativo).
Mas como podemos evitar ter ideias que alguém também terá? Evitando
usar as primeiras ideias. Pela lógica de funcionamento do senso comum,
elas serão as primeiras ideias de todo aquele que transita no mesmo
nível de conhecimento que o seu, quando confrontado com problemas também
semelhantes ao seu. E o que fazer com as primeiras ideias, já que são
inevitáveis? Jogue-as fora. Ou, melhor ainda, reserve uma gaveta só para
elas: a gaveta das primeiras ideias. É questão de tempo para
percebê-las pipocando aqui e ali, solucionando problemas que, na
essência, são muito parecidos.
Quando questionado sobre como ter tantas boas ideias, o químico
americano Linus Pauling disse: “É simples... tenha um montão de ideias,
depois jogue fora as ruins”. Evidência que, em se tratando de criação, o
axioma “quantidade não é qualidade” ganha proporções bem diferentes.
Artigo encaminhado por Eduardo Zugaib, escritor, profissional
de comunicação e marketing, professor de pós-graduação, palestrante
motivacional e comportamental
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