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Boas ideias de negócios nas áreas de alimentação e bebidas

R$ 50.000
2. PRODUTOS COM FRUTAS AMAZÔNICAS OU DO CERRADO

EQUIPAMENTOS E INSTALAÇÕES: R$ 30.000 (3 freezers expositores, geladeira, balcão refrigerado, forno e logística de transporte)
CAPITAL DE GIRO: R$ 20.000
FATURAMENTO MÉDIO MENSAL: R$ 15.000
FUNCIONÁRIOS: 5 (o dono e 2 empregados por turno)
PRAZO DE RETORNO: 24 meses


Omar Paixão
DO CERRADO PARA A METRÓPOLE

O empresário Jean Haddad trouxe para São Paulo e Rio de Janeiro os sorvetes da Frutos do Cerrado e já abriu sete lojas em apenas dois anos

Mamacadela, umbu, cajá manga, taperebá, gabiroba e mais 50 sabores inusitados enfrentam, há dois verões, a monotonia do cartel morango, limão e chocolate que impera entre os picolés de São Paulo e Rio de Janeiro. Mais comuns nos sorvetes de massa, as frutas exóticas brasileiras, muitas naturais da Amazônia e do cerrado, começam a conquistar consumidores dos grandes centros urbanos também na versão palito. Uma das empresas que estão trazendo ingredientes naturais do Centro-Oeste para as capitais paulista e fluminense é a rede Frutos do Cerrado, criada em Goiânia, em 1996. Representante da marca em São Paulo e Rio de Janeiro, o sul mato-grossense Jean Haddad, 35 anos, abriu a primeira sorveteria da Frutos do Cerrado na Vila Mariana, bairro da zona Sul da capital paulista, ao lado de outro empreendimento seu, o restaurante Sobaria, especializado em pratos típicos de Campo Grande. “Moro em São Paulo há 17 anos e sempre achei que havia espaço na cidade para a culinária regional do cerrado”, afirma.

A novidade conquistou o paladar dos paulistanos. Tanto que Haddad teve o retorno do investimento na primeira loja da marca em seis meses. Passaram-se dois anos e ele já tem sete unidades: três em São Paulo, três no Rio de Janeiro e uma em Santos. Na capital paulista, o faturamento líquido conjunto das três sorveterias está na faixa de R$ 150 mil ao ano.

Haddad conta que o maior obstáculo para viabilizar a expansão do negócio foi o transporte dos sorvetes, produzidos nas três fábricas da Frutos do Cerrado (na capital goiana, em Campo Grande e em Uberlândia, no Triângulo Mineiro). “Quando tinha apenas uma loja eu terceirizava a logística. Mas depois de abrir mais seis, tive de criar meu próprio serviço de carga refrigerada para abastecer a rede”, afirma. Para ele, o investimento se justifica devido aos planos de crescimento da marca. “Minha meta é chegar a 12 sorveterias em São Paulo e dez no Rio de Janeiro, além de pontos em cidades do interior. Em 2010 vamos inaugurar pelo menos quatro novos endereços.”

Os sabores exóticos têm tido aceitação acima da esperada entre paulistanos e cariocas devido principalmente à qualidade do produto, que leva de 70% a 90% de polpa de frutas. Mas Haddad lembra aos interessados em investir no segmento que o negócio sofre os efeitos da sazonalidade. “No melhor momento do verão, chegamos a vender 50 mil picolés em um mês em nossa rede paulistana. O inverno, porém, derruba o movimento”, afirma. Por isso, é importante separar parte da receita da alta temporada para reforçar o capital de giro na baixa.

Haddad orienta o empreendedor iniciante a estudar o modelo de loja que deseja abrir: se quer apenas uma sorveteria ou deseja anexar um café ou área para lanches. A opção mais completa pode multiplicar por quatro a exigência de capital para abrir a unidade — ou seja, o valor chega a R$ 200 mil, devido aos custos com instalações mais amplas, equipamentos de cozinha e funcionários extras. O maior investimento, no entanto, é compensado pelo reforço no faturamento trazido pelas opções gastronômicas, como lanches, cafés, bebidas, sobremesas e pratos rápidos. “Essa receita ajuda a amenizar a queda de movimento nos meses mais frios”, afirma Haddad.

SABORES EXÓTICOS
O Brasil produz 43 milhões de toneladas anuais de frutas, muitas exclusivas de regiões como o cerrado e a Floresta Amazônica. Segundo o Instituto Brasileiro de Frutas (Ibraf), nos últimos oito anos as exportações cresceram em média 19% ao ano

PRODUTOS ORGÂNICOS
Dados do Ministério da Agricultura mostram que o número de agricultores com certificação orgânica dobrou em oito anos

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