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Especialista afirma que melhor maneira de evitar conflitos é contratar pessoa treinada para auxiliar na escolha do próximo sucessor
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Embora o Brasil não tenha estatísticas claras sobre a evolução das empresas familiares, estimativas internacionais indicam que apenas 30% das empresas administradas por famílias conseguem passar para a segunda geração e somente 5% chegam à terceira. A maioria é vendida, incorporada ou fechada nos momentos em que é preciso substituir a geração anterior e muitas situações de crise terminal se instalam quando o fundador da empresa morre repentinamente.
Esse dado alarmante revela uma enorme perda de valor para a sociedade, pois segundo estudos da Family Business Network, nos Estados Unidos, as empresas familiares têm modelos de administração mais participativos e proporcionam melhores oportunidades de carreira.
Segundo Rhandy Di Stéfano, presidente do Integrated Coaching Institute (ICI), muitos problemas de sucessão em empresas familiares poderiam ser reduzidos ou eliminados se estas empresas começassem a preparar a sucessão com bastante antecedência. “As empresas familiares precisam compreender que o momento da sucessão é traumático, especialmente se ocorre de modo inesperado, o que leva muitas organizações a estar totalmente despreparadas para o acontecimento, o que estimula conflitos. Assim, é recomendável que a sucessão em empresas familiares seja preparada com antecedência e, nesse sentido, o processo de coaching é uma ferramenta útil, pois ajuda os profissionais a reorganizarem sua vida, clarear metas e objetivos, tornarem-se melhor pessoal e profissionalmente”, explica.
Di Stéfano assinala que a briga familiar por cargos na companhia, fenômenos comuns em sucessões de empresas familiares, é um processo que consome muita energia e pode levar ao fim do empreendimento. “Todos se acham no direito de tomar as rédeas da empresa. O coaching ajuda a evitar esse desfecho, pois pode ser usado tanto para os sucessores quanto para o atual presidente da empresa, para que ele consiga definir de forma clara quais as regras do jogo, quais os fatores pelos quais um sucessor poderá ser considerado como tal, ajudando a sinalizar que o herdeiro mais qualificado será aquele que conseguirá o cargo”, comenta.
Di Stéfano assinala que, no Brasil, a maioria dos cases ensinados nas escolas de negócios diz respeito a corporações e, normalmente, estrangeiras, o que oferece poucas pistas para as empresas familiares sobre como realizarem um processo sucessório de sucesso. “O coaching promovido desde cedo ajuda a estabelecer o clima de empresa, quebrando o arquétipo medieval de um rei e de vários filhos disputando o trono, guerreando entre si. Muitos reinados quebraram devido à briga interminável. As empresas mais modernas já criam os sucessores com uma ética de trabalho clara e com base na meritocracia, não na aristocracia”, adverte.
Autor de vários livros sobre coaching, entre os quais O Líder-Coach: Líderes criando Líderes, Di Stefano acredita que as empresas familiares precisam fixar regras profissionais para a resolução de conflitos. “O que leva às crises é quando alguns herdeiros ou sucessores pensam que só porque o outro faz parte da família não é preciso ter com ele a cerimônia e o respeito que teríamos com um estranho. O fato da empresa ser familiar não significa que devamos levar para a empresa o estilo de discussão que se usa em casa. O nível de profissionalismo e respeito e a separação dos papéis família-empresa deve ser trabalhado o quanto antes, para que se torne a cultura predominante”, conclui
VAGNER FERNANDES DAVID | Pride Commerce | www.pridecommerce.com | 11 9766-8986 | 18 9781-2575 | 18 8806-8356
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